Depois de aproveitar a tarde fresca de sol e céu azul, Dioniso volta pra casa empurrando a bicicleta e refletindo...
- Em si, o que a gente é, afinal?
- Como assim, meu filho?
- Tipo, a gente é um coração que bombeia sangue pra todo o resto? A gente é um cérebro que vê pelos olhos e comanda tudo? Acho que a gente não é só um conjunto de todo o corpo mas é um cérebro que vê as coisas e comanda o que quer fazer, que dá a direção do meu braço sem nem eu pensar pra isso.
- Como isso acontece, filho?
-
Porque tem coisas que meu cérebro comanda mesmo sem eu saber. Meu
coração, por exemplo, o cérebro que comanda. E outras que eu não consigo
decidir, tipo o sonho, não consigo decidir o que eu vou sonhar, mas eu
sonho o que o cérebro manda.
- Mas tem coisas no teu organismo que teu cérebro pode controlar, filho.
- É, quando a gente respira, se a gente quiser pode controlar. Mas se o cérebro quiser tudo para, nada mais funciona no corpo, nem pulmão, nem coração, nem o sangue nas veias, nada.
- Isso é a morte cerebral, filho.
E tento explicar mais sobre esse conceito, sobre como o cérebro para de comandar os órgãos e eles só continuam funcionando porque estão ligados a máquinas. Ao meu lado, como ouvinte interessado, esse menininho de 8 anos cheio de indagações filosóficas.
E eu achando que seria apenas um simples passeio de bicicleta.
:)
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